28 janeiro, 2008

Eu paro um instante e aí me vêm a cabeça a mistura dos tantos boleros que eu passei a noite a ouvir. São cinco e quinze da manhã e hoje eu resolvi não dormir. Essa solidão entre quatro paredes tá me matando.


(silêncio)




- Porra, eu queria agora um daqueles delírios verbais seu, nosso. É incrível como a gente se compreende com tão simples jogo de palavras. Eu gosto disso. Na verdade eu gosto mesmo é dessa troca de sensibilidades, dessa encosta-de-alma. Desse eucompleto. Vamos lá, somos maduros, se você estivesse aqui eu ia te oferecer um cigarro e dizer que você é uma pessoa interessante. Sei que olharia pra mim com olhos famintos de segundas intenções, pois não há nada que justifique, apenas o simples fato de ser homem. E eu te compreenderia. Bem como compreendo o desapego de ambos, e essa relação poética de se usar honestamente. Queira chamar do que queira. Eu chamo de relação poética de se usar honestamente mesmo. É uma maneira simples de descrever esse preenchimento de calor humano ao vazio que nós bem entendemos. E só.

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